sábado, 14 de novembro de 2009

Seminário no RS discute malefícios do plantio e uso do fumo

O 19ª Seminário de Alternativas à Cultura do Fumo e 1º Interestadual Sul, realizado em Salto do Jacuí (RS), reuniu 230 participantes dos três estados da região sul do Brasil (PR, RS e SC) na última quinta-feira (5/11).

Com o tema "Cultura de Alternativas e Políticas Públicas de Comercialização", o Seminário promoveu a reflexão e conscientização sobre os malefícios do plantio e uso do fumo, sua incidência sobre as pessoas e sobre o meio ambiente.

Além disso, mobilizados pelo lema "Agricultura: para onde vamos?", os integrantes do Seminário também discutiram a importância da diversificação na agricultura, bem como a necessidade de políticas públicas de comercialização.

Ao final da atividade, foi divulgada uma carta com um balanço das discussões e propostas sobre o assunto. Leia abaixo:

CARTA DO 19º SEMINÁRIO ESTADUAL DE ALTERNATIVAS À CULTURA DO FUMO

Salto do Jacuí, Diocese de Cruz Alta (RS), 05 de novembro de 2009

Nós, 230 participantes do 19º Seminário Estadual de Alternativas a Cultura do Fumo, representando as Dioceses de Cruz Alta, Santo Ângelo, Santa Maria, Santa Cruz do Sul e Cachoeira do Sul, organizações Governamentais e Não-Governamentais, Movimentos Sociais e Populares, Sindicatos, Universidades, Igrejas Cristãs e a Cáritas Regional de Santa Catarina dirigimo-nos a todos os irmãos e irmãs do campo e da cidade, manifestamos nossa alegria por mais este seminário que teve como tema “Cultura de Alternativas e Políticas Públicas de Comercialização” e como lema “Agricultura: Para onde vamos?” onde anunciamos as boas-novas e denunciamos os descaminhos que levam à cultura do fumo.

Nos alegramos:

• Com os resultados estimulados pelos Seminários de Alternativas à Cultura do Fumo;
• Com a ratificação da convenção quadro pelo governo brasileiro, e a implementação de programas e políticas públicas que se destinam à diversificação e reconversão da cultura do fumo;
• Com a crescente conscientização da importância da produção e consumo agroecológico, do resgate das sementes crioulas, dos saberes populares e o cuidado com a natureza;
• Com o entendimento social de que outra economia é possível, o que é visualizado pelas feiras de economia solidária;
• Com a agricultura familiar e camponesa, responsável, hoje, por mais de 70% da produção do alimento que chega à mesa dos brasileiros e brasileiras.
Denunciamos:
• A morte de mais de 5 milhões de pessoas por ano no mundo inteiro sendo que no Brasil, morrem 200 mil pessoas ao ano ocasionadas por doenças relacionados ao tabaco;
• O agronegócio, as monocultoras, os transgênicos e as empresas transnacionais em especial as empresas transnacionais fumageiras responsáveis pela cadeia produtiva do tabaco e a decorrente exploração e dependência dos pequenos produtores e consumidores do tabaco;
• O uso indiscriminado de agrotóxicos e produtos químicos nos monocultivos e nas lavouras de tabacos gerando envenenamento das pessoas, solo, água, ar, e de toda a natureza;
• O apoio institucional ao agronegócio voltado para exportação em detrimento à produção de alimentos pela agricultura familiar camponesa;
• A contaminação dos produtores pela doença da folha verde do tabaco.

Propomos:


• Construir, ampliar e manter políticas públicas voltadas para a produção de alimentos pelo sistema agroecológico com respeito à biodiversidade dando ênfase a Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER);
• Assegurar, ampliar e fortalecer a comercialização dos produtos da agricultura familiar através de políticas públicas e programas como Programa de Aquisição de Alimentos, Alimentação Escolar, dentre outros programas;
• Ampliar e disseminar campanhas antitabagistas pelos órgãos governamentais e não governamentais;
• Buscar alternativas à produção do fumo com uma ação decidida do estado com políticas públicas e institucionais;
• Mobilizar a sociedade civil no sentido de esclarecer os fumantes a respeito dos malefícios do tabaco;
• Implementar e fortalecer o cooperativismo e o associativismo motivando ações de desenvolvimento sustentável e ambiental;
• Buscar uma formação para os jovens rurais focada na realidade da agricultura familiar.
Fonte: www.mst.org.br

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