quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Edital apoia núcleos de pesquisa em agroecologia para agricultura familiar

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançaram edital (Nº 058/2010) para implantar e consolidar Núcleos de Pesquisa e Extensão em Agroecologia em instituições de ensino superior. O objetivo é apoiar propostas de pesquisa científica e extensão tecnológica para agricultura familiar no âmbito da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER). O investimento do Ministério do Desenvolvimento Agrário é de R$ 16,2 milhões.

O edital contempla duas chamadas públicas. A Chamada 1 é direcionada para projetos que desenvolvam atividades de extensão rural com foco em inovação tecnológica adaptadas e orientadas para a sustentabilidade da atividade produtiva da agricultura familiar. A Chamada 2 apoia projetos destinados à implantação de 54 Núcleos de Pesquisa e Extensão em Agroecologia em instituições de ensino no Brasil.

A íntegra do edital encontra-se disponível nos portais do Ministério do Desenvolvimento Agrário (www.mda.gov.br/saf/dater) e do CNPq (http://www.carloschagas.cnpq.br). As propostas deverão ser apresentadas exclusivamente pela internet, até as 18h do dia 11 de novembro.

O edital determina que as propostas devem ser apresentadas por professor/pesquisador que tenha, no mínimo, o título de mestre e esteja vinculado a uma instituição pública de ensino superior (universidades federais e institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia), comunitária e confessionais, e instituições governamentais e não governamentais de assistência técnica e extensão rural, todas sem fins lucrativos.

O coordenador geral da Coordenação de Formação do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater) da SAF, Francisco Roberto Caporal, explica que, com o edital, o Brasil passará a contar com cerca de cem Núcleos de Pesquisa e Extensão em Agroecologia. “Isso vai contribuir para ampliar o debate sobre um novo modelo de ensino e pesquisa no contexto do ensino superior”, afirma Caporal. Dados da SAF apontam que, atualmente, existem mais de cem cursos de Agroecologia no País.

Fonte: rts.org.br
Foto: Bruno Spada

“Precisamos conscientizar a população sobre os efeitos dos agrotóxicos”

Os prejuízos causados à saúde com a utilização exagerada de agrotóxicos ainda são desconhecidos pela maioria da população e pouco discutidos pela sociedade. Por isso, mais de 20 entidades lançaram a campanha nacional contra o uso dos agrotóxicos.

Na semana passada, essas entidades participaram do seminário contra o uso dos agrotóxicos, organizado pela Via Campesina, em parceria com a Fiocruz e a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio.


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Na atividade, os participantes fizeram um estudo sobre os impactos dos agrotóxicos na economia agrícola nacional, na saúde pública e no ambiente. A partir dessas discussões, a campanha tirou como eixos de atuação informar a sociedade sobre os efeitos da utilização desse “agroveneno” e apresentar uma nova proposta para a agricultura.

Roseli de Sousa, da direção nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Via Campesina, afirma que a meta da campanha é “denunciar esse modelo de produção agrícola, as causas desse veneno e alertar sobre quantas pessoas hoje estão doentes, sobretudo, com câncer, em função do uso desses venenos”.

A seguir, leia a entrevista concedida à Pagina do MST.

Como você avalia o seminário contra o uso dos agrotóxicos?

O seminário dos agrotóxicos foi um grande passo contra o uso exagerado de venenos na agricultura brasileira. O Brasil já é campeão em consumo de venenos, em consumo de agrotóxicos. Isso gera grandes danos à saúde da população. Nesse momento, em que há grandes avanços do agronegócio, o seminário foi de extrema importância, já que o veneno é parte desse modelo de desenvolvimento de agricultura. Além disso, conseguimos reunir quase 30 entidades e organizações de diversos setores da sociedade. Isso é um grande avanço na tentativa de conscientização contra esse modelo agrícola.

Quem são os maiores prejudicados pelo o uso do agrotóxico na agricultura brasileira?

Quem produz, como os camponeses, os agricultores, os assentados, sofre um efeito maior porque está em contato direto com o veneno. Mas também a população em geral, que consome um produto que não é de boa qualidade, é o maior prejudicado. Assim, as doenças aumentam e aparecem cada vez mais. E quem lucra com isso tudo, sem dúvida, são as empresas.

Quais os objetivos da campanha?

O grande objetivo da nossa articulação contra o agrotóxico e do seminário em si é conseguir traçar um plano, uma estratégia de combate a esse modelo agrícola e ao grande uso de veneno no Brasil. A partir disso, essas articulação vai resultar na campanha nacional contra o agrotóxico no Brasil.

Como será realizada?

A nossa campanha terá dois eixos. O primeiro tem como meta denunciar esse modelo de produção agrícola, as causas desse veneno e alertar sobre quantas pessoas hoje estão doentes, sobretudo, com câncer, em função do uso desses venenos, além de como é que esse veneno tem sido uma das formas do agronegócio ganhar dinheiro. O que as empresas lucram vendendo o veneno é muito grande. Dessa forma, um dos eixos da campanha será a denúncia desse modelo.

E o segundo eixo da campanha?

Vamos anunciar o que queremos para a sociedade, dentro de um outro projeto de desenvolvimento para a agricultura. Assim, devemos almejar um desenvolvimento baseado na agroecologia, na agricultura saudável, na produção de alimentos para toda a população. Baseado também numa outra sociedade com outros tipos de valores, que valorize uma educação e uma saúde diferente. Certamente, a nossa campanha terá esses dois eixos: denúncia contra o modelo agronegócio e anúncio de qual sociedade nós queremos para o futuro.

Quais setores da sociedade podem se somar nessa luta?

Nós já temos engajados nessa luta os movimentos sociais da Via Campesina, centrais sindicais, setores das universidades, médicos, organizações não governamentais (ONGs). Tivemos também a presença muito importante da atriz Priscila Camargo no seminário. Ela representou os artistas e se colocou à disposição para ajudar a fazer esse grande debate no meio dos artistas.

Temos também o apoio da Fiocruz, sobretudo da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fiocruz. Passaram pelo seminário diversos pensadores e professores, que nos ajudaram e que estão se engajando nesse debate. Nós queremos convidar não só esses, mas todos os setores da sociedade para fazer parte desse grande debate, dessa grande conscientização para de fato darmos um outro rumo para a nossa agricultura brasileira.

Como a sociedade pode se informar sobre o tema dos agrotóxicos e participar da campanha?

Em breve, nós teremos um site e um blog no ar. Os interessados também podem procurar nossos veículos de comunicação de apoio, como o Brasil de Fato, que vai elaborar matérias específicas sobre o tema, além dos movimentos sociais ligados à Via Campesina. Nos seus espaços de trabalho, de militância e de atuação, devem procurar informações sobre as causas dos venenos e ajudar nessa grande conscientização.

O dia 16 de outubro é o Dia Internacional dos Alimentos. É um dia também em que a gente quer fazer debates e ações contra esse modelo e a favor da produção saudável. Certamente, terão outros meios que, logo assim que a gente estruturar melhor a campanha, vai estar à disposição de toda a sociedade a fim de se somar a esse grande debate.

Quais serão as ações a serem realizadas no Dia Internacional dos Alimentos?

É tradição da Via Campesina Brasil e Internacional fazer grandes debates em torno dos alimentos saudáveis no dia 16 de outubro. Os estados e os movimentos nas suas regiões devem promover debates e ações. Vamos fazer também 5º Congresso da Coordenação Latino Americana de Organizações do Campo (CLOC), no Equador. Por isso, o dia 16 vai ser um dia de grande debate em toda a América Latina.

Qual a nossa tarefa para o próximo período?

Fica a grande tarefa de entender de fato quem são os grandes prejudicados com o uso de agrotóxico. Enquanto as empresas como a Bayer, a Monsanto, a Syngenta, além de outras, ganham tanto dinheiro, a população está condenada a morrer por doenças adquiridas em função do uso dos agrotóxicos. Neste contexto, o seminário representou passos que devem ser continuados.

Cada indivíduo desse país precisa fazer a sua parte. Cada um de nós precisa ajudar a desconstruir esse modelo de produção agrícola e construir outro modelo de sociedade, baseado na agroecologia, baseado na vida humana. Nós queremos uma agricultura camponesa que preserve os recursos naturais e que resgate as práticas camponesas de cultivo, que está comprometida hoje com o bem estar de quem produz e de quem consome o alimento. Nós só vamos ter um outro modelo de sociedade se conseguirmos fazer a Reforma Agrária.

Fonte: MST

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Feira mensal de Economia Solidária do "Bem da Terra"


No dia 5 de outubro (terça-feira) acontecerá a já tradicional Feira Mensal de Economia Solidária "Bem da Terra" Comercio Justo e Solidário, em frente ao Campus I da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Rua Gonçalves Chaves, 373. A feira começa as 09h e vai até as 18h para os grupos de alimentação, e 19h30min, para os de artesanato.

Uma característica exclusiva da feira é a exposição de seus habituais produtos de artesanatos, hortifrutigranjeiros, leite, pães e diversas outras novidades que sempre aparecem no local, além de serem comercializados diretamente do produtor para o consumidor.

Uma novidade da feira é a construção de um espaço dedicado a quem deseja consumir o produto recém comprado, com mesas e cadeiras à disposição. Além de outros atributos que já existem e que são totalmente diferentes de outras feiras livres, como o caixa único, ou seja, a pessoa pode comprar seus produtos nas bancas escolhendo se paga nas mesmas, ou em um único caixa. Outro modelo adotado é a entrega a domicílio, como já vem ocorrendo nas edições anteriores. O consumidor poderá fazer suas compras e marcar um horário para a entrega de seus produtos em sua residência, mediante um custo de R$ 3,00. Essas iniciativas foram elaboradas sempre pensando no conforto dos freqüentadores da feira da Associação Bem da Terra, Comercio Justo e Solidário!


Estão diretamente envolvidos na feira aproximadamente 15 grupos que envolvem diretamente 1.500 sócios, que sobrevivem somente do sistema da economia solidária em Pelotas, oficialmente registrados na associação.


Em caso de chuva, a feira ocorrerá no saguão do Campus I da Universidade Católica de Pelotas no mesmo endereço.

O principal objetivo da Feira é estimular o consumo consciente, que a cada edição vem divulgando para mais pessoas, a proposta da Economia Solidária.


Outra novidade da Associação Bem da Terra, é a transformação da Rede de Comercialização Solidária da Zona Sul do Estado. O Projeto já está sendo desenvolvido com as entidades parceiras, como o Banco do Brasil e Prefeituras que já estão negociando com a associação sobre a implementação dos seis pontos fixos de comercialização espalhados pela região. Esses pontos de comercialização são uma forma de apresentar para população a produção e a forma em que a economia solidária trabalha, na harmonia do homem com a natureza, mas também com o foco de conscientização de uma vida de trabalho sem exploração.


Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (53) 2128-8015, pelo e-mail nesic@ucpel.tche.br ou pelo site: http://antares.ucpel.tche.br/nesic/

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Fortalecimento do Associativismo e do Cooperativismo dos Catadores de Materiais Recicláveis: formação e assessoria técnica.

A Fundação Banco do Brasil, no âmbito do Convênio MTE/SENAES nº 003/2007, divulgou no dia 15 de setembro o Termo de Referência para apresentação de projetos de formação para a autogestão e assessoria técnica para o setor da reciclagem, com o objetivo de fortalecer as organizações sociais e econômicas dos catadores de materiais recicláveis.

Poderão apresentar propostas instituições privadas sem fins lucrativos e fundações de apoio às instituições de ensino superior, pesquisa e extensão das Instituições Federais de Ensino Superior e Instituições com Educação Superior que compõem a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.

O público alvo da Seleção é formado por associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis referenciados no Distrito Federal e nos Estados do Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas e Amazonas. A meta para esta Seleção é o envolvimento de 1.600 catadores e catadoras de materiais recicláveis nas atividades de formação. Foram disponibilizados, para este Termo de Referência, recursos de custeio na ordem de R$ 1.886.800,00.

O Termo de Referência e demais documentos são encontrados no site da Fundação Banco do Brasil, ou pelo seguinte link: http://www.fbb.org.br/portal/pages/publico/expandir.fbb?codConteudoLog=8522

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Comissão Pastoral da Terra lança dados parciais dos "Conflitos no Campo Brasil"

A CPT lança hoje os dados parciais dos Conflitos no Campo Brasil relativos ao período de 1º de janeiro a 31 de julho de 2010. Três elementos chamam a atenção no estudo: o aumento de conflitos pela água em 2010; o fato de que mais da metade dos conflitos por terra, 54%, ocorreram no Nordeste; e o terceiro, muito preocupante, é que contrariamente ao restante do Brasil, no Sudeste e no Sul do país cresceram de forma expressiva alguns índices de conflitos e violência.

Nestas duas regiões, “mais ricas e desenvolvidas do país”, cresceu o número de trabalhadores presos e o de agredidos. Além disso, cresceu o número de ações de despejo.

Outro dado provoca estranheza. No Sudeste e no Sul, tanto em 2009, quanto em 2010, todos os estados destas regiões, registraram ocorrências de trabalho escravo. O Sudeste com o aumento de ocorrências, porém com diminuição de trabalhadores envolvidos e libertados, e o Sul com a diminuição das ocorrências, mas com aumento significativo no número de trabalhadores envolvidos e libertados. O que anos atrás era atribuído ao atraso das regiões Norte e Nordeste, agora se constata com persistência e crescimento nas regiões onde o “progresso” já se instalou definitivamente.

Conflitos pela água

De janeiro a julho de 2010 foram registrados pela CPT 29 conflitos pela água envolvendo 25.255 famílias - número 32% maior do que o constatado no mesmo período de 2009, quando se registraram 22 conflitos envolvendo 20.458 famílias.

Em todas as regiões, menos no Norte, os conflitos pela água cresceram: 50%, passando de 2 para 3 no Centro-Oeste; 18,5%, indo de 7 para 9, no Nordeste; 175%, crescendo de 4 para 11 no Sudeste; e 50% de 2 para 3 no Sul. No Norte foram registrados 7 conflitos em 2009, e 3 em 2010, mas cresceu em 395% o número de famílias envolvidas nestes conflitos. Passaram de 2.250 famílias em 2009, para 11.150, em 2010.

Dos 29 conflitos pela água, 11, ou 38%, estão relacionados com a construção de barragens e ocorreram em 14 estados da Federação, em 2010, quando em 2009, atingiram 13 estados.

Sudeste e Sul destacam-se pelos números de violência

Os dados da CPT apresentam declínio nos números absolutos da violência contra a pessoa, no período de janeiro a julho, de 2009 para 2010.

Mesmo com essa queda, na região Nordeste houve aumento no número de assassinatos, passando de 3, em 2009, para 4 em 2010. E nas regiões Sudeste e Sul houve um aumento significativo no número de trabalhadores presos e agredidos.

No Sudeste o número de trabalhadores presos passou de 3, em 2009, para 11 em 2010, aumento de 276% e o número de agredidos passou de 4 para 15, mais 275%. Na região Sul, o número de presos passou de 12 em 2009, para 18, em 2010 (mais 50%) e o número de agredidos de 2, em 2009, para 20, em 2010, (mais 900%).

O Nordeste concentra 54% dos conflitos por terra

O Nordeste registra 54% dos conflitos por terra de todo o Brasil. Diferentemente do restante do país, o número de conflitos por terra no Nordeste passou de 158, em 2009, para 194, em 2010. As ocorrências de conflitos por terra passaram de 95 para 126 e o de ocupações de 57, para 65. Já o número de acampamentos reduziu de 6, para 3.

Nas demais regiões do Brasil, os conflitos por terra, ocupações e acampamentos sofreram redução, em 2010, em relação ao mesmo período de 2009. São 365 ocorrências de conflitos em 2010, envolvendo 33.413 famílias, contra 547 ocorrências em 2009, envolvendo 47.739 famílias. Mas, em contrapartida, os dados mostram que o número médio de famílias envolvidas em conflitos por terra, em 2010, aumentou, chegando a 94, enquanto que em 2009 a média era de 87 famílias envolvidas.

Famílias expulsas e despejadas

Diminuiu também o número de famílias expulsas e despejadas. Em 2009, registraram-se no período, 16 ocorrências de expulsão atingindo 800 famílias. Em 2010, são 10 ocorrências, envolvendo 653 famílias.

Em relação ao número de famílias despejadas pelo poder judiciário, foram 52 ocorrências, com despejo de 6.844 famílias, em 2009, e 44 ocorrências envolvendo 3.792 famílias, em 2010.

Apesar do decréscimo no número total de ações de despejo, houve crescimento destes números na região Centro-Oeste, mais 25%, passando de 4 ocorrências, em 2009, para 5 em 2010; mais 33% no Sudeste, passando de 9 para 12 e mais 120% no Sul, cujos números passaram de 5, em 2009, para 11, em 2010.

Manifestações

No período cresceu o número de manifestações, mais 18%. Passaram de 323 envolvendo 104.262 pessoas, em 2009, para 385, em 2010, com a participação de 165.530 pessoas.

Este número cresceu no Nordeste, passou de 95 para 130; no Norte; de 53 para 55, e no Sudeste, de 45 para 79. Na região Sul o número manteve-se igual, 78, porém com um número muito maior de participantes, 28.260 pessoas em 2010, 13.178, em 2009. Só na região Centro-Oeste é que o número das manifestações decresceu de 52 para 43.

Destas 385 manifestações, 62 foram relacionadas aos conflitos pela água, 39 das quais relativas à construção de barragens.

Trabalho Escravo

Os números relativos ao trabalho escravo são menores no período de janeiro a julho de 2010. Em 2009, foram registradas 134 ocorrências de trabalho escravo, envolvendo 4.241 trabalhadores, com a libertação de 2.819. Em 2010, foram registradas 107 ocorrências envolvendo 1.963 trabalhadores, dos quais 1.668 foram libertados.

O que mais chama a atenção é o aumento de ocorrências no Centro-Oeste. Passaram de 16 ocorrências, em 2009, com 259 trabalhadores envolvidos e libertados, para 21 ocorrências em 2010, com a libertação de 526 trabalhadores. Sobressai neste quadro o estado de Goiás, que passou de 6 para 13 ocorrências, passando de 259 para 490 o número de trabalhadores libertados.

Na região Sudeste, todos os estados apresentaram ocorrências de trabalho escravo e o número de ocorrências subiu de 13 para 16, porém com um número significativamente menor de trabalhadores libertados (1266, em 2009 – 268, em 2010).

Na região Sul, também todos os estados apresentaram ocorrências de trabalho escravo, mas com decréscimo no número de ocorrências: 12 em 2009, 8, em 2010, ou seja, - 33%. Mas o número de trabalhadores libertados quase triplicou: passou de 112 para 319, 184% a mais. Destaque para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O Rio Grande do Sul passou de 1 ocorrência, em 2009, com quatro trabalhadores envolvidos e libertados para 2 ocorrências, em 2010, com 29 trabalhadores envolvidos e libertados. Santa Catarina passou de 3 ocorrências em 2009, para 5 em 2010, com um crescimento expressivo no número de trabalhadores envolvidos e libertados. Passou de 38, para 223. Mais 486%

Alagoas e Amazonas, que não figuravam entre os estados com trabalho escravo em 2009, aparecem em 2010. Alagoas registrou uma ocorrência, com 20 trabalhadores envolvidos e libertados. Amazonas registrou duas ocorrências com 13 trabalhadores envolvidos e libertados.

Uma observação importante. Estes são dados parciais. De diversas regiões do país, sobretudo do Norte, não nos chegaram as informações completas, podendo, assim, os números sofrerem alterações expressivas ao serem incorporados novos dados.

Fonte: fbes

Plantas ganham destaque na Feira Bem da Terra deste mês

A sétima edição da Feira de Economia Solidária “Bem da Terra, Comércio Justo e Solidário”, realizada mensalmente com a assistência do Núcleo de Economia Solidária e Incubação de Cooperativas da Universidade Católica de Pelotas (NESIC/UCPel), ocorreu nesta quarta-feira (08). A Feira é realizada em frente ao Campus I da Universidade (rua Gonçalves Chaves, 373).

Além da diversidade de produtos encontrados na feira, como leite, pães, hortifrutigranjeiros, artesanatos, artigos de vestuário, decoração, cama, mesa e banho, nesta sétima edição o consumidor encontrou mais uma opção de banca: a Sítio Amoreza, de Morro Redondo. Pela primeira vez integrando a feira, as acadêmicas do curso de Ciências Biológicas da UCPel, Diandra Corbelini, 22 anos e Luísa Bandeira, 23 anos, apresentaram os trabalhos artesanais e culinários feitos pelos integrantes do projeto. “Nosso principal objetivo é expor nossos trabalhos e trocar ideias sobre o saber ecológico”, comentou Diandra. “Está sendo uma boa experiência para nós. As vendas superaram as expectativas”, disse.

Pelo fato de os produtos serem comercializados diretamente do produtor, a cada edição, mais consumidores são estimulados à prática da economia solidária. O aposentado Rener de Oliveira, 62 anos, não conhecia a feira e disse que, ao passar pela calçada, as plantas chamaram sua atenção. O engenheiro agrônomo Paulo Ricardo Faraco, 42 anos, que mora próximo à UCPel, aproveitou a tarde ensolarada para conferir a feira. “Sempre venho à feira, procuro trazer minha filha. Hoje estou levando mudas de ervas medicinais para plantar com ela no fim de semana”, declarou, satisfeito. “Belos produtos. Gosto das diversas linhas de produtos que a Feira possui”, disse.

A agrônoma Rosa Moraes, 43 anos, uma das responsáveis pela banca Terra Florida, formada por um grupo de empreendedores a partir do projeto Empreendedores do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), considera que a procura dos consumidores tem aumentado a cada edição. “Com o clima agradável, as pessoas saem mais para rua e aumenta a vontade de enfeitar suas casas, reorganizar seus jardins”. Entre as variadas opções de plantas, Rosa diz que as mais procuradas e comercializadas são ervas medicinais e condimentares e bonsais.

Fonte: UCPel

Foto: Vilsom Lima

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Plebiscito Popular pelo limite da propriedade da terra

Começou na última quarta-feira (1), em todo território brasileiro o Plebiscito Popular pelo limite da propriedade da terra. Em Pelotas/RS, o comitê organizador é composto por grupos de estudantes e movimentos sociais, que pautaram essa discussão para debater com sociedade.

O integrante da organização do comitê local do Plebiscito, Guintter Leipnitz, em entrevista no dia (1), no programa “Contraponto” da RádioCom,esclareceu a importância da Campanha na qual questiona o atual modelo agrário vigente no país.

Reforma Agrária
Um dos objetivos do plebiscito é fazer valer a constituição brasileira,e também questionar a lentidão do processo de reforma agrária no Brasil.“As pequenas propriedades de terra representam menos de 3% da área ocupada pelos estabelecimentos rurais, enquanto as grandes propriedades concentram mais de 43% da área.”, ressaltou Leipnitz.

Outra meta do Plebiscito é o abaixo-assinado, que será encaminhado ao Congresso Nacional para alterar a lei referente ao cumprimento da função social da propriedade rural. Para ser aceito como projeto-de–lei , deve ser necessário 1,5 milhões de assinaturas.

Monopólio da terra
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam o Brasil como o segundo país do mundo que mais concentra terras, perdendo apenas para o Paraguai. Essas informações afirmam que a concentração de terras no país aumentou nos últimos 10 anos. A informação é de que no Brasil 2,8% das propriedades rurais são latifúndios e ocupam mais da metade de extensão territorial agricultável do País. Em contrapartida, as pequenas propriedades representam 62,2% dos imóveis e ocupam apenas 7,9% da área total.

Local da Votação
As urnas estarão no Calçadão de quarta-feira à sexta feira, das 16h às 20h, sábado das 09 às 14h e segunda das 09h às 20h. Nas noites de quarta a sexta as urnas estarão nos Campus das universidades UFPel e UCPel. Já na terça-feira, feriado de 07 de setembro e último dia da Campanha a urna estará na Avenida Bento Gonçalves, das 09h às 20h.

O comitê local é formado por: RádioCom 104.5 FM; DCE / UCPEL; SURJA (Serviço Universitário de Resistência e Justiça para Autonomia); Assessoria Jurídica Popular; Coletivo Tranca Rua; IMA - Instituto Mário Alves de Estudos Políticos; PJ - Pastoral da Juventude de Pelotas; FETRAF/Pelotas - Federação Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar; Conlutas/Pelotas; Movimento Contracorrente; MST Regional

Esperamos que mais entidade se agreguem a essa luta, entre em contato pelo email plebiscitolimitepropriedadepelotas@googlegroups.com, ou por telefone 3225.8456.

Fonte: REDE – Cooperativa de Comunicação