quarta-feira, 30 de junho de 2010

Enchentes atingem Empreendimentos de Economia Solidária do Nordeste

Lenivaldo Lima, membro do empreendimento de Economia Solidária, a Usina de Catende, em Pernambuco, saiu às pressas de Brasília, quando participava da II Conferência Nacional de Economia Solidária. Lenivaldo foi um dos/das trabalhadores/as de Catende que tiveram suas casas inundadas pela enchente do Rio Una, que subiu 14 metros, varrendo todas as casas da região.

Nas palavras de Lenivaldo: “ Encontrei o desespero das famílias para salvar o que podia. É um verdadeiro TSUNAMI as água do Rio Una, 14 metros acima do nível normal, só vendo para crer!!! Muita gente perdeu tudo, inclusive nós, ficamos com a roupa do corpo e a mala que trouxe da viagem e alguns livros e documentos que consegui colocar no carro. Desastre incomensurável. ”

As fortes chuvas das duas últimas semanas na região Metropolitana do Recife, Mata Sul e do Agreste Pernambucano e Alagoas destruíram casas e a fonte de renda de muitos empreendimentos de economia solidária localizados nesta região. Os empreendimentos foram a Cooperativa Harmonia, em Catende, a Cooperasul, em Palmares e a Cooperativa Coates, em Barreiros.


Modelo de desenvolvimento versus Economia Solidária

A relação entre catástrofes naturais e o modelo de desenvolvimento econômico em curso no mundo, fica evidente a cada dia. Esta relação tem demonstrado que aqueles que menos se beneficiam da riqueza gerada a partir deste modelo, populações empobrecidas da zona urbana e rural, populações indígenas, quilombolas, populações costeiras e ribeirinhas, são as mesmas que têm suportado injustamente estas consequências.

Cientes desta relação, membros do Fórum de Economia Solidária de Pernambuco estão discutindo uma ação conjunta com o Conselho de Economia Solidária do estado. O objetivo é juntos refletirem e analisarem os impactos da tragédia, e paralelamente repensar numa estratégia de desenvolvimento que busque saídas ecológicas, humanas e sociais e que possam a longo prazo diminuir esse tipo de impacto na vida das pessoas que são atingidas por catástrofes, em geral a população rural e pobre dos centros urbanos.

“Poderíamos pensar também em dialogar com o conselho de desenvolvimento rural sustentável, para promover uma ação coletiva. Outra possibilidade é conversar com as organizações que vêm discutindo o Fórum Pernambucano de Agroecologia”, acrescente Rosana Pontes, membro do Fórum de Economia Solidária do Estado de Pernambuco.

Para ajudar neste processo de reconstrução, está disponível a conta corrente pessoal do Lenivaldo Lima: Agencia Catende: 1761.2 , Conta Poupança: 8.311-9. Para aqueles/aquelas que desejam contribuir com mantimentos, os seguintes locais estão recebendo:

1 - Os quartéis do Corpo de Bombeiros, na Avenida João de Barros, Boa Vista, Recife.

2 - Polícia Militar, no Quartel do Derby. (Para os que moram no Interior, a entrega pode ser feita em qualquer quartel da PM ou dos Bombeiros mais próximo.)

3 - A Assembleia Legislativa de Pernambuco – Rua da Aurora, 631, Boa Vista, Recife – PE, (81) 2122-0060).

Fonte: Fórum Brasileiro de Economia Soliária


terça-feira, 29 de junho de 2010

Economia Solidária: Lucro anual supera R$ 7 bilhões.

São mais de 1,6 milhão de pessoas em 21.859 empreendimentos econômicos que produzem lucro mensal de R$ 653 milhões – pouco menos de R$ 8 bilhões por ano.

Do total de 1.687.496 pessoas envolvidas nos empreendimentos, 62,8% são homens e 37,4% mulheres. Bernadete Barbosa, pernambucana de 46 anos, é uma delas. A Associação Casa da Mulher de Gravatá, que ela coordena, vende mensalmente 2.000 bonecas “da sorte”, o que lhe permite assistir 30 famílias e oferecer atendimento em saúde física e mental às mulheres participantes do empreendimento.

Outro exemplo é Mariza Mendes, 55 anos, da Associação Rural e Urbana de Barbacena, em Minas Gerais. Com mais de 60 empreendimentos no município, a entidade produz e vende desde artigos de artesanato até produtos da agricultura familiar, como geleias, bolos e biscoitos. Cada associado ganha entre R$ 100,00 e r$ 500,00 por mês.

O secretário executivo do Ministério do Trabalho, Paulo Roberto do Santos, lembrou que a economia solidária permite às camadas mais pobres da população participar de forma mais ativa do processo de desenvolvimento econômico brasileiro.

“Dobramos o número de delegados neste segundo encontro e isso tem colaborado consideravelmente para melhorar a situação de pessoas que antigamente viviam na linha de pobreza e hoje já têm uma produção”.

Conceituada como uma forma de produção, consumo e distribuição de riquezas que valoriza o ser humano e o comércio justo, a economia solidária é praticada por meio de autogestão em associações ou em cooperativas voltadas à produção, consumo e comercialização de bens e serviços.

Fonte: Brasil Autogestionário
Foto: Elza Fiúza

Organizações sociais pressionam governo contra aprovação de arroz transgênico.

Nessa quinta-feira (24), as atenções de ambientalistas e produtores de arroz estarão voltadas para a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Neste dia, membros da CTNBio poderão votar a favor ou contra o plantio e o consumo do Arroz Liberty Link LL 62, cereal transgênico resistente ao herbicida glufosinato de amônio.

De acordo com documento divulgado por diversas organizações e entidades sociais, tal arroz, desenvolvido pela empresa Bayer, ainda não foi aprovado por nenhum país. "O arroz não é plantado nem consumido em nenhum país. A população do Brasil poderá virar cobaia mundial de um produto que não foi aprovado em nenhum outro lugar", destaca Gabriel Fernandes, integrante da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA).

Segundo Fernandes, quarta-feira (23), a CTNBio iniciou uma reunião sobre o assunto e, provavelmente, já na quinta-feira será levado à votação em plenário. Para ele, é importante que o governo se posicione contrário a liberação do arroz. "É praticamente certo que, quando colocado em votação, eles [integrantes da CTNBio] vão aprovar", comenta.

Por conta disso, Fernandes comenta que, durante essa semana, as organizações irão acompanhar as reuniões da Comissão e pressionar o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), instância acima da CTNBio, a emitir um posicionamento sobre o assunto. "O Conselho tem mais poder do que a CTNBio, mas está de costas para essa questão. Cobramos uma postura mais firme do Governo e do Conselho", demanda.

Conforme o documento assinado pelas entidades sociais, até mesmo produtores e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Arroz e Feijão já expressaram opinião contrária à liberação. Em audiência pública realizada no ano passado, Flávio Breseghello, integrante da Embrapa Arroz e Feijão, revelou que a empresa não é a favor do arroz LL 62.

De acordo com ele, o arroz LL 62 trará consequências para as pessoas porque, resistente ao agrotóxico, o cereal não morrerá, mas absorverá o veneno. "Vamos consumir um alimento com nível de resíduo que não sabemos quanto é", afirma, destacando que o glufosinato de amônio é tóxico para mamíferos. "O arroz transgênico não vai trazer benefício para o ambiente, para o produtor, nem para o consumidor", resume.

Além de AS-PTA, outras 33 entidades e organizações sociais assinam o documento, o qual está disponível em: http://www.aspta.org.br/por-um-brasil-livre-de-transgenicos/documentos/arroz-transgenico-2013-entenda-o-que-esta-em-jogo

Fonte: Adital

IV Encontro ALC de Economia Solidária recebe inscrições até 30 de junho

O IV Encontro Latino-americano e Caribenho de Economia Solidária e Comércio Justo, que acontecerá entre os dias 21 e 24 de julho, na cidade de Medelin, na Colômbia, recebe inscrições de participantes até o próximo dia 30 de junho. Os interessados em participar do evento podem obter mais informações pelo site: http://ripesscolombia.com/sitio_new/inscripcion.php.

O IV Encontro é uma iniciativa da Rede Intercontinental de Promoção de Economia Social e Solidária da América Latina e Caribe (RIPESS LAC) e organizado por redes e organizações de cooperativismo, empresas solidárias, associações e outros grupos que atuam nesta economia alternativa na Colômbia.

O objetivo do evento é fomentar e consolidar o projeto solidário alternativo, as redes de Economia Solidária e Comércio Justo, fortalecendo a prática desta economia em toda a região da América Latina e Caribe. Além disso, o encontro se propõe a facilitar o diálogo entre as redes, a fim de avaliar experiências sobre consumo ético, comércio justo, finanças solidárias, compromisso ambiental, fomento deste tipo de prática e estabelecimento de propostas e ações conjuntas

Serão abordados temas como: Comércio e Consumo Justo, Finanças Solidárias, Desenvolvimento local, modelo de desenvolvimento e incidência política solidária, Promoção da Economia Solidária e Economia Solidária e Crise. O encontro servirá de espaço para avaliar, conhecer e propor experiências que contribuam para o diálogo das expressões organizativas da Economia Solidária e ao Comércio Justo na região.

A ideia é promover um debate que contribua para a construção de políticas públicas que garantam o desenvolvimento e a consolidação da Economia Solidária e o Comércio Justo e Consciente no continente. Ao final do evento, no dia 24, deve ser elaborada uma declaração final, com propostas e compromissos das entidades participantes do encontro.

Nos últimos anos, a região da América Latina e Caribe vem sendo palco de importantes mudanças políticas, que conta com a participação ativa da sociedade civil. "Por isso, explica a RIPESS LAC, é necessário se fazer mais visíveis e fortes as organizações e redes sustentadas em experiências de cooperação, solidariedade, autogestão, respeito pela identidade cultural e a natureza, assim como por critérios de justiça e equidade no consumo e o intercâmbio econômico, para que se reconheça a importância das diversas expressões da Economia Solidária e o Comércio Justo como alternativas frente ao desemprego, à desigualdade social, o dano ao meio ambiente e as regras assimétricas do comércio internacional".

Mais informações pelo site: http://ripesscolombia.com/sitio_new/inicio.php.

Fonte: Adital

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Segundo ciclo do curso de formação do NESIC inicia no dia 03/07

O primeiro Ciclo de Formação do NESIC -UCPel, que visa preparar os participantes para dar suporte aos empreendimentos de economia solidária incubados pelo Núcleo de Economia Solidária e Incubação de Cooperativas chegou ao fim. O processo é descrito no site como “uma atividade de mão dupla: os estudantes aprendem a partir da realidade prática dos grupos de economia solidária; os grupos de economia solidária aprendem a partir do conhecimento teórico que os estudantes trazem da universidade; todos aprendem juntos, fazendo e refletindo sobre aquilo que fazem”.

Foi nesse contexto, de teoria na prática, que se encerrou essa primeira etapa. No sábado os alunos do curso visitaram três empreendimentos de economia solidária e passaram o dia trocando experiências e principalmente aprendendo que uma nova forma alternativa de trabalho, baseado na cooperação, na solidariedade e na cidadania é possível.

O primeiro empreendimento que recebeu os alunos foi a Feira Ecológica ARPASul. Dona Jurema, com toda sua simpatia e disposição contou um pouco da trajetória do empreendimento e respondeu aos questionamentos do grupo. A Feira que já está com 15 anos de existência em Pelotas, trabalha com alimentos orgânicos. Pode ser encontrada: Terça-feira (Manhã - Av. Bento Gonçalves); Quinta-feira (Tarde – Largo do Mercado Público) e Sábado (Manhã - Av. Dom Joaquim e Av. Duque de Caxias).

No fim da manhã o grupo seguiu para conhecer o empreendimento de reciclagem de resíduos sólidos do FRAGET que realiza um trabalho de suma importância para o meio ambiente. O grupo trabalha com catadores de "lixo" e ainda recolhe "lixo" em empresas para comercialização.

A última parada foi no empreendimento de assentados do MST em Piratini, a COOPAVA, que trabalha com a comercialização de leite, além de produzir os alimentos para sustentação de seus cooperados. A visita foi recepcionada por um delicioso almoço e o carinho de dois dos cooperados que fazem parte da presidência da cooperativa.

O segundo ciclo do curso começa no dia 03/07 e as inscrições são de 28 a 30/06. A segunda etapa é uma continuação da primeira e apenas os participantes do primeiro ciclo poderão fazer parte do segundo. Os interessados deverão se inscrever novamente na Central de Atendimento da UCPel no Campus I. O valor de investimento é de R$ 20,00. Esse é um módulo mais profundo e terá exposições teóricas, além de oficinas e outras atividades. Nesse momento os alunos terão um contato mais próximo dos empreendimentos e poderão começar a colocar em prática os ensinamentos passados pelo curso de formação.

Mais informações: NESIC / UCPel

Fonte: Vanessa Silveira

O NESIC-UCPEL presente na II Conferência Nacional de Economia

O NESIC-UCPEL esteve presente na II Conferência Nacional de Economia Solidária, em Brasília, realizada entre 16 e 18/06.
Duas técnicas (Solaine Gotardo e Lia Vitória) e um professor (Antônio Cruz), eleitos como delegados nacionais na Conferência Micro-Regional ocorrida em Jaguarão, em abril, juntaram-se aos mais de 1.600 delegados de todo o Brasil, entre participantes de empreendimentos econômicos solidários (50%), gestores de políticas públicas (25%) e representantes de entidades de apoio (25%), entre os quais os membros do NESIC-UCPEL.

O objetivo da conferência era discutir as prioridades da economia solidária para o seu desenvolvimento, sua contribuição da para o desenvolvimento econômico e social do Brasil e a relação entre o Estado e as políticas públicas com a economia solidária.
Durante a Conferência, realizada numa estrutura especialmente montada no canteiro central da Esplanada dos Ministérios, os delegados fizeram uma caminhada até o Congresso Nacional, onde uma comissão foi recebida pelos deputados federais na Comissão de Legislação Participativa. Lá, representantes do Fórum Brasileiro de Economia Solidária entregaram à Comissão o documento do projeto de lei de iniciativa popular que visa regulamentar a economia solidária no Brasil, dando início à campanha pelo recolhimento de 1,2 milhão de assinaturas necessárias para encaminhar o projeto à votação no Congresso Nacional.

Fonte: NESIC / UCPEL

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Praticar Economia Solidária é um ato subversivo

Uma mesa com os professores Ladislau Dowbor, Cristóvam Buarque e Paul Singer seguiu a mesa de abertura da II CONAES, no primeiro dia de atividades. A fala inicial foi feita por Dowbor, que resgatou um texto seu publicado em revistas e na internet, entitulado “Os 10 Mandamentos”.

De acordo com o professor, uma versão atualizada e revisada dos 10 Mandamentos da Bíblia deveria consideras a seguinte redação:

  1. Não Comprarás os Representantes do Povo – ou resgatar a dimensão pública do Estado;
  2. Não Farás Contas Erradas - as contas têm de refletir os objetivos que visamos;
  3. Não Reduzirás o Próximo à Miséria - algumas coisas não podem faltar a ninguém;
  4. Não Privarás Ninguém do Direito de Ganhar o seu Pão - universalizar a garantia do emprego é viável;
  5. Não Trabalharás Mais de 40 Horas – podemos trabalhar menos e trabalharemos todos, com tempo para fazermos mais coisas interessantes na vida;
  6. Não Viverás para o Dinheiro - a mudança de comportamento, de estilo de vida, não constitui um sacrifício, e sim um resgate do bom senso;
  7. Não Ganharás Dinheiro com o Dinheiro dos Outros – racionalizar os sistemas de intermediação financeira é viável;
  8. Não Tributarás Boas Iniciativas – a filosofia do imposto, de quem se cobra, e a quem se aloca, precisa ser revista;
  9. Não Privarás o Próximo do Direito ao Conhecimento – travar o acesso ao conhecimento e às tecnologias sustentáveis não faz o mínimo sentido;
  10. Não Controlarás a Palavra do Próximo – democratizar a comunicação tornou-se essencial.

Dowbor, a cada novo mandamento, apresentou um comentário sobre a realidade que o país vive e as possibilidades que precisamos construir. Cristóvam Buarque, primeiro a comentar a apresentação de Dowbor, fez menção à outros mandamentos da educação, que precisam ser considerados sob pena de não termos nunca uma educação democrática.

Buarque enfatizou que Economia Solidária é um pleonasmo, porque nossa prática econômica, na sua origem, é social, coletiva, ao contrário do que a economia capitalista (não-solidária) pratica, enfatizando o individualismo, a exploração, a competição. Para ele, praticar Economia Solidária nos dias de hoje é um “ato subversivo”.

Paul Singer, em sua fala, relatou com insatisfação que diversos pontos que haviam sido reivindicados em 2006 (na I CONAES), precisam ser novamente retomados neste momento. “Ainda esse direito não é uma realidade para uma parte importante da cidadania brasileira”, afirmou, referindo-se ao tema da Conferência – “Pelo Direito de Produzir e Viver em Cooperação de Maneira Sustentável”.

“O que vamos fazer nos próximos dias”, convocou Singer, “é nos debruçarmos sobre as questões do crédito, da comercialização, da tecnologia, entre outros vários temas. Temos que crescer em qualidade e disso depende a transformação dos nossos direitos de fato”.

Reforma do Código Florestal será votada dia 21

A polêmica proposta de reforma do Código Florestal brasileiro, condenada por todos os movimentos socioambientais, teve a votação adiada para o dia 21, próxima segunda.
A proposta é considerada uma derrubada de muitas das proteções ambientais que hoje são garantidas pela legislação brasileira.
Entre muitos pontos de mudança legal, a reforma dá mais autonomia aos estados para legislar em matéria ambiental e favorece a consolidação de áreas para a agricultura.
Boatos de que a bancada ruralista estaria barganhando com o governo a aprovação do projeto do pré-sal em troca da aprovação completa do novo código vem pondo em alerta movimentos e organizações.
Parlamentares da bancada ecologista prometem tentar de tudo para barrar a votação, que se for feita é considerado como certo que o novo código virará lei.

Economista Marcos Arruda lança amanhã livro sobre Economia Solidária

Foi lançado dia (15) terça-feira às 19h30 no Restaurante Girassol - 409 Sul, Distrito Federal, o livro "Educação para uma Economia do Amor", de Marcos Arruda. Este é o terceiro volume de uma trilogia do autor com a temática da Economia Solidária, e será apresentado no estande do Fórum Brasileiro Economia Solidária (FBES) durante a II Conferência Nacional de Economia Solidária (Conaes) que acontecerá entre os dias 16 a 18 de junho de 2010.

Marcos Arruda é economista e educador do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS) do qual atualmente e coordenador geral. Mestre em Economia do Desenvolvimento pela The American University, Washington DC, e doutor em Educação pela Universidade Federal Fluminense. Leciona nos vários campus da Universidade Internacional da Paz (Unipaz). Participa da coordenação do Movimento Jubileu Sul.

Vídeo sobre a primeira turma de “jornalismo da terra”

A primeira turma de jornalismo para integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é uma iniciativa histórica, que está gerando grandes expectativas.
Uma comunicação diferente, voltada para as necessidades do povo do campo. É o que todos esses jovens desejam. E partir de agora vão poder lutar por isso como jornalistas.
Veja vídeo sobre a primeira turma de “jornalismo da terra”, um curso superior oferecido pela UFC (Universidade Federal do Ceará), por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).

Acesse: http://www.ufc.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=9259&Itemid=86

Câmara dos Deputados recebe representantes da II Conaes em audiência pública

Comitiva reuniu-se com deputados da Frente Parlamentar da Economia Solidária para apresentar proposta de lei de iniciativa popular que cria o Marco Legal da Economia Solidária no país

A II Conferência Nacional de Economia Solidária, iniciada nesta quarta-feira (16) e que segue até o próximo dia 18, em Brasília, deu mais um passo a favor do reconhecimento do modelo econômico solidário no país. Durante o evento, foi eleito um grupo representativo com cem pessoas para ir à Câmara dos Deputados apresentar um Projeto de Lei de iniciativa popular que cria o Marco Legal da Economia Solidária.

"O PL cria uma Política Nacional de Economia Solidária, um Sistema Nacional e um Fundo Nacional. A proposta, construída pelo Conselho Nacional de Economia Solidária, foi consolidada no início de 2010. A sociedade civil ficou com a incumbência de buscar aprovação desse PL como lei de iniciativa popular. Nesse processo de mobilização nós estamos aproveitando o momento da II Conaes para apresentar aos deputados a proposta do projeto e, dessa forma, sensibilizá-los nessa luta", disse o secretário-executivo do Fórum Nacional de Economia Solidária, Daniel Tygel.

O encontro entre os parlamentares e os representantes da economia solidária aconteceu em forma de audiência pública, na Frente Parlamentar da Economia Solidária da Câmara dos Deputados. Porém, os demais participantes da II Conaes não ficaram de fora desse processo de mobilização e marcharam juntos até o gramado do Congresso Nacional.

"Estamos aproveitando que temos 1.600 delegados de todo o país e mais 200 convidados participando da II Conaes para dar força a essa luta pela aprovação do projeto de lei. Aqui na Conferência nós estamos apreciando o Documento Base que, entre outros, trata da criação de um Sistema Nacional de Economia Solidária, enquanto a proposta do PL é criar um corpo que abrigue esse sistema", explica Sandra Magalhães, representante do Ceará no grupo que participará da audiência na Câmara.


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Núcleo de Economia Solidária e Incubação de Cooperativas (NESIC) da UCPel receberá verba do governo federal.

Um projeto elaborado pelo Núcleo de Economia Solidária e Incubação de Cooperativas da Universidade Católica de Pelotas (Nesic/UCPel) para atender iniciativas do segmento foi aprovado pelo governo federal. Por intermédio do Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares (PRONINC), o Nesic receberá uma verba de R$ 250 mil para utilizar em dois anos.

O projeto da Católica ficou classificado em quinto lugar na disputa que avaliava a história da entidade com a economia solidária, a presença de uma incubadora na instituição e a viabilidade da proposta. Intitulada “Rede Regional de Comercialização Associação Bem da Terra: Comércio Justo e Solidário”, a proposta foi resultado de um trabalho de equipe envolvendo um processo interdisciplinar coletivo. “O curso de Serviço Social tem disciplinas voltadas à elaboração de projetos e isso nos dá uma bagagem, um diferencial nesses momentos”, explicou a técnica de Processos Participativos do Nesic, assistente social Carim Dummer. “Elaboramos junto às comunidades. Isso tem um valor de vida: é o resultado da vontade das pessoas e não um projeto de gabinete”, afirmou, ao comemorar a aprovação. “Quando a gente faz com paixão, as coisas acontecem”, disse.

O projeto da UCPel se propõe a assessorar os grupos de economia solidária para que estes se solidifiquem caminhando para emancipação da Rede Regional de Comercialização de Economia Solidária “Bem da Terra: Comércio Justo e Solidário”, sob vários pontos de vista. Isso inclui os beneficiários sob o ponto de vista do melhoramento de seus produtos e processos produtivos, a Rede sob a perspectiva do comércio justo e de sua gestão compartilhada, e seus consumidores relacionados com as práticas do consumo consciente.

Para que a Rede consiga funcionar, o projeto deverá oferecer assessoria técnica para garantir processos adequados de logística, atendimento e ampliação da oferta de produtos pelos empreendimentos, de gestão da rede e de relação com os consumidores.

Desenvolvimento
O objetivo essencial do PRONINC é utilizar o conhecimento e a capacidade existentes nas universidades para a constituição de empreendimentos cooperativos que proporcionem trabalho e renda. As universidades se envolvem com o PRONINC de duas formas: promovendo atividades de apoio à formação e desenvolvimento de cooperativas ou associações produtivas, principalmente por meio de incubadoras e realizando pesquisas que visem produzir conhecimentos relevantes para a consolidação da metodologia de incubação. O PRONINC é vinculado à Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).

Foto: Vilson Lima
Fonte: UCPel

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Começou o XII Curso de Formação em Economia Solidária e Incubação de Cooperativa do NESIC/UCPel

Neste sábado, dia 12 de junho, começou o 1º Ciclo do XII Curso de Formação em Economia Solidária e Incubação de Cooperativas do Núcleo de Economia Solidária e Incubação de cooperativas (NESIC) da Universidade Católica de Pelotas (UCPEL).


O XII Curso contou com 25 pessoas inscritas, de diversos cursos de graduação: Jornalismo, Direito, Gestão de Cooperativas, Serviço Social, Ciências Sociais, Ciências da Computação, entre outros. Também estão participando integrantes de empreendimentos de Pelotas e Rio Grande.


O 1º módulo começou as 8h30m e foi até às 12h. Nesse horário o tema foi “Introdução ao Cooperativismo e à Economia Solidária” apresentado pelo Professor Antônio Cruz que também falou sobre cooperativas, empresas recuperadas, grupos de trabalhos, entre outros. A aluna do Serviço Social Caroline Lemos Segovia, relatou que pela manhã o grupo foi dividido em grupos menores, dos quais os integrantes “apresentavam seus colegas” como forma de “ajuda coletiva”, já que uma das questões levantadas na economia solidária é que o produto é comprado “conforme a sua apresentação. O professor explicou que a dinâmica servia para entender que na economia solidária é preciso que todos integrantes se conheçam e saibam os objetivos dos companheiros para que possam se ajudar mutuamente.


Caroline Segovia que está realizando seu estágio curricular no NESIC e que havia, no ano passado participado do XI Curso de Formação, agora auxilia na organização desta edição. Para ela, o curso ajudou na diferença de sua progressão no entendimento da economia solidária e sentida no seu cotidiano.

Caroline definiu sua progressão em um ano de uma forma construtiva “no ano passado eu não conhecia na prática, apenas conhecia de falar, mas agora na minha vivência no NESIC está diferente: tenho um maior conhecimento do assunto”. Ela garantiu que no Serviço Social existe uma troca de conhecimento muito grande entre os acadêmicos e professores juntos aos grupos que vivenciam a economia solidária. Caroline observou que “a cada dia estou mais apaixonada, porque os grupos mesmo com grandes dificuldades continuam lutando” afirmou.


Na parte da tarde o curso continuou com a apresentação do Professor Eduardo Rocha e a Assistente Social e Técnica do NESIC Carim Dummer, que apresentaram o Núcleo, incluindo todos os focos de trabalho e seus projetos. Também foram apresentados alguns representantes de grupos incubados como Jesus Kickösel do FRAGET, Zenaide Rocha da COOPRESSUL e Maria Denise do RETRATE; que vieram participar do Curso para contar um pouco da sua história e levar para os participantes a experiência que os grupos têm no mercado da economia solidária. Para Jesus essa experiência é muito importante, pois “são poucos os espaços que temos de divulgar nosso trabalho” afirmou. Ele ainda destacou que o programa de rádio do NESIC é muito importante para noticiar as informações dos grupos de economia solidária de Pelotas e região, “é nesse espaço que conseguimos atingir um maior publico para destacar nossas atividades e angustias”.


Já para Zenaide, a existência de um grupo de incubação como o NESIC é extremamente importante para agregar conhecimento e tecnologia a cooperativa, pois seus integrantes muitas vezes não possuem acesso aos mesmos, o que é disponibilizado aos acadêmicos que o repassam aos cooperados.

Maria Denise falou sobre a importância da arte e do trabalho na vida dos cooperados. A cooperativa tem como objetivo criar atividades ocupacionais e geradoras de renda para pacientes em processo de alta do CAPS.

Nessa parte do módulo, foi priorizada a idéia de solidariedade, fundamental na Economia Solidária. O sentimento de querer melhorar o mundo, tornar os alimentos mais saudáveis e o trabalho algo ao alcance de todos, tomou conta dos presentes, que puderam sentir o que está por trás da ES.


O próximo Módulo do Curso será dia 19 de junho, Sábado, onde haverá visitas a empreendimentos de economia solidária de Pelotas como o grupo de reciclagem do FRAGET e a feira da ARPASSUL na Av. Dom Joaquim, e em Piratini no Assentamento Conquista da Liberdade na cooperativa da COOPAVA onde será servido o almoço. O horário para saída está marcado para as 8h na frente do Campus I da UCPel.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Grupos de Economia Solidária realizam oficina na UCPel

Integrantes de quatro grupos de economia solidária de Pelotas tiveram ontem (10) uma nova experiência. Era a primeira vez que os integrantes se reuniam dentro da Universidade para participar de oficinas promovidas pelo Núcleo de Economia Solidária e Incubação de Cooperativas (Nesic) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Onze pessoas realizaram a atividade denominada “Design e Composição”.

Noções de cores, linhas, pontos, estrutura da composição, planos de abstração e figuração fizeram parte da aula especial. Os participantes, oriundos de grupos cujo principal produto é o artesanato, puderam aproveitar a oportunidade para se apropriarem de informações técnicas para qualificar o desenvolvimento de seus produtos. “O trabalho deles hoje é muito intuitivo, artesanal mesmo. A proposta não é trazer um designer que crie um objeto para que o grupo reproduza, mas que os integrantes tenham embasamento para eles próprios criarem peças e se sustentarem”, explicou o ministrante da oficina e professor orientador do Nesic, arquiteto Eduardo Rocha.

Nascida de vários grupos que produziam peças de artesanato variadas, a Cooperativa Regional de Economia Solidária (Coopressul) busca agora elaborar um produto que seja o seu “carro-chefe”. “Até agora, a gente tem feito tudo pela paixão, pois não temos conhecimento técnico. Isso [a oficina] vai ajudar bastante. Aqui a gente pensa e fica sabendo como planejar”, explicou uma das coordenadoras da Coopressul, Zenaide Rocha. A ideia do grupo é conceber peças na área de cama, mesa e banho. “Queremos uma coisa mais arrojada e moderna. Claro que não é de uma hora para outra. Muitas coisas que a gente não conseguiria sozinhas, estamos conseguindo com esse apoio da Universidade”, destacou.

A atividade contou também com a assessoria da técnica da área de Gestão Econômica do Nesic, administradora Lia Victória, e da técnica de Processos Participativos, assistente social Carim Dummer.

Participaram da oficina os grupos de artesanato Girassol e Esperança, o grupo Reabilitação, Trabalho e Arte (Retrate) e a Coopressul. Para dar seguimento à capacitação dos incubados, a próxima oficina deverá abordar o tema “design e criação”.

Foto: Vilson Lima
Fonte: UCPel

Inscrições para Curso de Economia Solidária foram prorrogadas até o dia 11

Quem ainda não se inscreveu para o 12º Curso de Formação em Economia Solidária e Incubação de Cooperativas na Universidade Católica de Pelotas (UCPel), terá mais uma oportunidade. Foram prorrogadas até hoje dia (11) as inscrições para a participação no curso, que terá dois Ciclos. A iniciativa é uma proposta do Núcleo de Economia Solidária e Incubação de Cooperativas (Nesic) da UCPel.

O primeiro ciclo é introdutório à economia solidária e à incubação de cooperativas. Esta etapa não tem limite de vagas. Já o segundo ciclo visa à formação e preparação de pessoas interessadas em atuar no processo de incubação de cooperativas. As vagas são limitadas em 20 participantes. Para participar do segundo ciclo, é necessário ter cursado o primeiro e ser aprovado no processo de seleção que ocorrerá entre as duas etapas, em 23 e 24 de junho.

As inscrições podem ser feitas na Central de Atendimento do Campus I da Universidade (rua Gonçalves Chaves, 373). Na inscrição, o candidato receberá material para leitura prévia e obrigatória.

Programação e Conteúdos

1º Ciclo
Módulo I
Introdução ao cooperativismo e à economia solidária
Data: dia 12/06, sábado
Horário: das 8h30min às 12h, e das 13h30min às 17h30min

Local: Campus I da UCPel

Módulo II
Vivência: Dia de Campo
Data: 19/06, sábado
Horário: das 8h30min às 17h30min
Local: visita a empreendimentos em Pelotas e Piratini

2º Ciclo
As pré-inscrições para o 2º ciclo serão feitas no Nesic/UCPel, nos dias 21 e 22/06. A seleção para participar será nos dias 23 e 24/06. O resultado da seleção será divulgado no dia 25/06. As inscrições dos aprovados para o 2º ciclo serão feitas entre os dias 28 e 30/06.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Aumenta a procura pela Feira de Economia Solidária

Ocorreu ontem dia (08) no Campus I da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) a 4ª edição da Feira de Economia Solidária. Promovida mensalmente, a Feira conta com a assistência do Núcleo de Economia Solidária e Incubação de Cooperativas (Nesic) da UCPel.

O objetivo principal da Feira é estimular o consumo consciente, abordando o tema “Bem da Terra, Comércio Justo e Solidário”. Foram comercializados na Feira produtos diversos, como leite, pães, artesanatos, hortifrutigranjeiros, artigos de vestuário, cama, mesa e banho.

Segundo o professor Antônio Cruz, que integra a equipe apoiadora da Feira, a procura e a repercussão por parte do público tem aumentado. “Em relação ao faturamento, na segunda edição houve um aumento, mas na terceira, por conta da chuva, o faturamento estabilizou. Nesta edição é que poderemos realmente analisar”, explicou Cruz. O Nesic tem atuado na divulgação e apoio à Feira, ajudando a oficina de avaliação.

O professor ainda garante que por mais dois anos haverá assessoria à Feira. “Foi aprovado pelo Ministério do Trabalho o projeto de assessoria e será destinada verba para investimentos”, destacou.
Outra novidade é que a Associação Bem da Terra está se regionalizando e deve estender-se, com núcleos nas cidades de Rio Grande, São Lourenço, Santa Vitória do Palmar, Piratini e Canguçu.

Foto: Vilsom Lima
Fonte: www.ucpel.tche.br