
FIAN Internacional (sigla em inglês para Rede de Ação e Informação pelo Direito a se Alimentar), por exemplo, criticou, ontem (17), a declaração final da reunião, considerando que esta não apresentou nenhuma alternativa no combate à fome. "Nem o reconhecimento do direito à alimentação é novo, nem o é a decisão que tem que proporcionar a agricultura nos países do Sul", afirmou Flavio Valente, secretário-geral da FIAN.
A organização Oxfam Internacional também se manifestou hoje com uma avaliação sobre a Cúpula. Em um total de dez pontos, a organização deu nota dois às delegações presentes, pois considerou que não realizaram todos os trabalhos que tinham que fazer. "Este resultado não corresponde à dimensão do problema, que é tão grande quanto a cifra de bilhões de pessoas sofrendo desnutrição e que está piorando", afirmou José Hernández de Toro, porta-voz de Oxfam.
A organização pontuou a Cúpula a partir de cinco critérios, sendo que nenhum conseguiu aprovação. Segundo Oxfam, uma das principais medidas era reunir as diferentes iniciativas de luta contra a fome sob uma mesma ação de Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, a reunião só incentivou a reforma do Comitê de Segurança Alimentar (CSA), não sendo "capaz de reconhecer a capacidade de exigir dos países uma verdadeira rendição de contas ou de fazer seguimento de onde se investe o dinheiro".

No entanto, as discussões não resultaram em compromissos precisos e efetivos. De acordo com a organização, os presentes na Cúpula não tiveram uma importante contribuição no assunto, só declararam "estar dispostos a aumentar a porcentagem da Ajuda Oficial ao Desenvolvimento (AOD) destinado à agricultura".
Oxfam destacou ainda a falta de apoio às políticas para os pequenos agricultores e agricultoras e a grande importância dedicada à biotecnologia e às novas tecnologias para a produção agrícola. "Esta Cúpula tinha que se centrar em aumentar o apoio aos métodos de cultivo sustentáveis que permitiriam aos campesinos e campesinas pobres alimentar suas famílias e aumentar sua renda. Que isto não se tenha produzido supõe seu pior fracasso", considerou Hernández.

Fotos de Sebastião Salgado
Fonte: Fórum Brasileiro de Economia Solidáriia
Nenhum comentário:
Postar um comentário