quinta-feira, 30 de junho de 2011

Economia Solidária apresenta outro tipo de produção na Fenadoce

Trabalhadores produzem juntos para crescerem em conjunto

Lá na Estância Princesa do Sul existe um estande diferente de todos os outros desta 19ª edição da Fenadoce. Priorizando o trabalhador ao invés do lucro, a Economia Solidária se faz presente pela primeira vez na Feira.

O objetivo de expor na Fenadoce, segundo Adão José Vaz de Oliveira, um dos coordenadores do Fórum Microrregional de Economia Popular Solidária, é fazer com que as pessoas tomem conhecimento do projeto. “Assim a gente espera que o produto escoe mais”, diz. “É um espaço onde a gente se apresenta pro mundo, por enquanto a gente ainda está meio escondido”, completa.

Existente há pouco mais de dez anos, a Economia Solidária nasceu por necessidade. Seus componentes se viram sem alternativa de sustento após perderem seus empregos quando as empresas onde eram empregados fecharam as portas. Perguntados de onde veio a idéia, os integrantes são categóricos ao afirmarem que nada foi fruto de uma cabeça privilegiada. A Economia Solidária, segundo eles, é um movimento amplo e profundo, cujas raízes históricas se encontram nas ações e nas lutas de organizações de trabalhadores, entre outros. E, apesar de ter sido criada única e exclusivamente por esses, já conta também com o apoio dos governos.

Todos os empreendimentos de Economia Solidária funcionam de uma maneira bastante democrática: Todo mundo decide tudo junto, cooperando, sem hierarquias. Pratica-se a autogestão, um processo de decisão em que todos são responsáveis pelo que fazem no grupo do qual participam. Tudo isso com uma característica marcante: Sem explorar ninguém e sem destruir o ambiente. “Não tem patrão nem empregado, todo mundo é um conjunto”, diz Oliveira, comentando ainda que todos os materiais necessários são comprados em rede. O projeto tem como base o desenvolvimento sustentável, global e coletivo, além de ser uma estratégia de enfrentamento da exclusão social, sendo sempre justa e gerando trabalho e renda de forma solidária.

Na prática, a Economia Solidária funciona através de associações, cooperativas, clubes de troca, redes e complexos cooperativos. Na agricultura, por exemplo, os trabalhadores se juntam para produzir coletivamente e o resultado é uma produção maior, melhor e gerando crescimento para todos. O mesmo fazem os catadores – ou coletores de materiais recicláveis - que formam cooperativas para coletarem juntos, reciclar e transformar o que era lixo em algo útil. Outro exemplo são trabalhadores de fábricas falidas, que formam novas empresas solidárias e, juntos, são responsáveis recuperação, administração e funcionamento dessas empresas renovadas. Até mesmo amigos, vizinhos, colegas de trabalho participam, organizando-se para fazer compras solidárias que beneficiam tanto quem consome quanto quem produz, entre outras práticas, como a utilização de uma moeda social em seus clubes de troca, bancos solidários, com juros baixíssimos – ou sem juros – e cadeias de produção solidária, onde um grupo coopera produzindo e outro coopera comprando essa produção.

Engana-se quem pensa que a Economia Solidária é pequena. Só em Pelotas são 26 grupos, além de mais diversos outros em toda a região sul do estado. Já foram organizadas duas conferências a nível nacional e em 2003, pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva, fora criada a Secretaria Nacional de Economia Solidária. Aqui em Pelotas, as iniciativas podem ser conferidas em todas as segundas terças-feiras do mês em frente ao Campus I da Universidade Católica de Pelotas, através da feira Bem da Terra – Comércio Justo e Solidário.

Mais informações podem ser obtidas pelo site do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) WWW.Fbes.org.br

Matéria produzida por Leon Sanguiné

Foto: Jonathas Rivero

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Clube de Trocas aumenta autoestima de mulheres no Paraná

Transformação social. Isso é o que Lourdes Marchi, uma das organizadoras da Rede de Trocas Solidárias de Curitiba e região metropolitana, no Paraná, acredita que acontece com as participantes dos Clubes de Trocas. "Estamos resgatando a autoestima. No começo [a ideia] era tirar as pessoas da situação de miséria, de pobreza. Hoje elas são outras pessoas, mais felizes e alegres”, contenta-se.


O relato de Lourdes refere-se à experiência dos Clubes de Trocas em Curitiba e região metropolitana. Fundado no Paraná em 2001 por uma equipe de 11 pessoas, hoje, a área da capital paranaense já possui oito grupos com mais de sete pessoas em cada.


De acordo com a organizadora da Rede, 90% das participantes são mulheres que moram nas periferias das cidades e têm mais de 30 anos. O grupo recebe formações, oficinas e fazem reflexões e apresentações sobre os produtos e as ações baseadas na economia solidária.


"A gente orienta que a ideia é não acumular a moeda social, pois só vão acumular papel, porque não podem comprar nada no mercado”, explica. Assim, o Pinhão, como a moeda social na região é denominada, só é utilizado nos Clubes de Trocas. "Toda riqueza deve ser consumida no clube. A pessoa leva a produção [para o grupo] e volta com a sacola cheia de [outros] produtos”, comenta.


Segundo Lourdes, as participantes trocam desde verduras e legumes produzidos nas hortas dos quintais das casas até artesanatos e roupas usadas que estejam em bom estado. A organizadora da Rede destaca ainda que as decisões são tomadas em conjunto.


De acordo com ela, há momentos em que até mesmo o valor do produto é discutido entre as participantes. "O grupo ajuda a estabelecer o valor. Algumas criticam quando está alto ou baixo. Assim, elas aprendem coletivamente a dar o valor justo, sem explorar o trabalho”, revela.


Para ela, a transformação social é a principal contribuição dos Clubes de Trocas. Lourdes lembra que muitas mulheres chegaram ao grupo com autoestima baixa e hoje estão no mercado de trabalho, são lideranças na comunidade e até mesmo coordenadoras de grupos.


"Algumas chegaram aqui de cabeça tão baixa que a gente nem conseguia ouvir o nome delas direito. Aí a gente pedia pra repetir mais alto. Hoje são lideranças, trabalham em padarias comunitárias, entraram no mercado de trabalho, participam de atividades na comunidade, coordenam os próprios grupos. O clube de troca representou para muitas delas o empoderamento, a libertação, o poder de voz, de se expressar”, observa.


Os Clubes de Trocas no Brasil são inspirados no modelo da Argentina surgido na década de 1990. Lourdes Marchi afirma que há Clubes de Trocas espalhados em vários estados brasileiros, como São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Matéria realizada pela Jornalista da Adital, Karol Assunção.

Fonte: Adital

Secretaria Nacional de Economia Solidária completa oito anos

A Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério Trabalho e Emprego (Senaes/MTE) completou ontem, dia 27, oito anos de existência. Para comemorar a ocasião, foi aberta, no hall de acesso do bloco F, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a exposição “Economia Solidária – 08 anos de Senaes”. Nela estão apresentas as diversas ações realizadas pelo órgão, além de exibidos artigos produzidos por empreendimentos econômicos solidários. Paralelamente à mostra, grupos promovem a venda de seus produtos em uma feira de economia solidária que também acontece no mesmo prédio do MTE, até a próxima sexta-feira.


No descerramento da faixa de inauguração, o secretário nacional de Economia Solidária, Paul Singer, fez um balanço bastante positivo do trabalho realizado pela Secretaria, uma vez que ela ajudou muito, nesses oito anos, no crescimento da Economia Solidária do Brasil. “Hoje nós nos tornamos complexos: temos conosco indígenas, quilombolas, quebradeiras de cocos e uma infinidade de pessoas com quem caminhamos juntos”, disse. Singer também parabenizou o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), entidade que nasceu junto com a Senaes, no mesmo instante. “Várias das nossas atividades são realizadas com o FBES, é nosso grande parceiro nos 110 convênios que realizamos na proposição de políticas públicas para o Brasil”, ressaltou.

A abertura da exposição contou com as presenças do ministro do Trabalho e Emprego em exercício Paulo Roberto Pinto, o ministro da Previdência Garibaldi Alves Filho e o representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário Vital, diretor de Cooperativismo, Negócios e Comércio (Decoop/SDT), Vital Filho.


Fonte: FBES

Lei Estadual de Economia Solidária é sancionada no Piauí

De autoria do deputado Cícero Magalhães, a lei nº 6.057/2011, que institui a política estadual de fomento à economia solidária no estado do Piauí, foi sancionada pelo governador Wilson Martins. Feito comemorado entre os que já optavam por esse sistema de organização, a lei dá uma série de garantias aos empreendedores.


A economia solidária compreende aqueles grupos organizados através de associação, cooperativa ou mesmo informais, que mantém atividades coletivas. A principal característica é a inexistência das figuras do patrão e do atravessador. Os pedidos e entregas são realizados pelos próprios membros, que trabalham em conjunto dividindo em partes iguais as demandas e também o faturamento.


No Piauí existem 1.400 empreendimentos de economia solidária mapeados, que atuam na prestação de serviços e produção de bens, em áreas como artesanato, apicultura e informática.Um dos principais benefícios da lei é a criação do Fundo Estadual de Fomento ao Desenvolvimento da Economia solidária, que possibilita investimentos na estruturação de empreendimentos, construção de espaços físicos para comercialização dos produtos, entre outras coisas. O governo do Estado tem até 17 de maio de 2011 para criar, através de lei específica, o fundo.


A lei valoriza o associativismo, um sistema onde a decisão passa pelas mãos dos trabalhadores. Vai fortalecer o setor e contará com recursos para investir nos empreendimentos” pontua Magalhães.


O Grupo de Mulheres Bordadeiras do Parque Piauí – GMBPAPI, é pioneiro na economia solidária e exemplo de sucesso. Criado em 2002, o empreendimento mudou a vida das integrantes, que se reúnem uma vez por semana para dividir as tarefas e prestar contas da produção.


A bordadeira Joana Pereira viveu durante muito tempo sem desfrutar de lazer. A aposentadoria dela só dava para pagar as despesas de casa. Depois de entrar no grupo de bordado ela consegue guardar dinheiro todos os meses para curtir as coisas boas da vida. “Com o dinheiro do bordado eu compro mais material, aplico uma parte e o resto uso pras minhas mordomias, viagens e lazer” conta Joana. Para Agnaldo Benedito Lima, que trabalha na identificação e mapeamento dos grupos de economia solidária no Piauí, a lei de autoria de Magalhães significa muito mais que uma simples formalidade. “Essas pessoas que se sentiam inexistentes agora têm uma lei que lhes dá nome, segurança e acima de tudo auto-estima”, explica.


Fonte: FBES

terça-feira, 21 de junho de 2011

Professores e estudantes da Universidad de la Republica Uruguaia visitaram Pelotas para conhecer sobre o mapeamento da economia solidária


Dez uruguaios que fazem parte da Unidade de Estudos Cooperativos (UEC) da Universidad de la Republica Uruguaia (UDELAR) estiveram em Pelotas na manhã de sexta-feira (17) a fim de conhecer o sistema de mapeamento da economia solidária do (SIES/SEBRAE) que a Universidade Católica de Pelotas (UCPel) participou por meio do Núcleo de Economia Solidária e Incubação de Cooperativas (NESIC).

No Campus I da UCPel, os visitantes viram duas apresentações sobre temas que norteavam os objetos principais, a pesquisa e os sistemas tecnológicos que a economia solidária disponibiliza no Brasil.

A primeira apresentação foi sobre uma introdução ao SIES e à Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), seus objetivos, estrutura de ação e principais resultados. A segunda parte da atividade ficou a cargo da apresentação do sistema “Cirandas”, um espaço virtual da economia solidária no Brasil que permite o intercâmbio de ideias e produtos. Uma ferramenta pela qual os empreendimentos mapeados podem criar um site, blog e redes de contatos dentro do sistema.

No sábado (18), o grupo de uruguaios foi à cidade de Piratini conhecer o primeiro ponto de comercialização fixo da Associação Bem da Terra – Comércio Justo e Solidário. O local foi inaugurado no dia 04 desse mês e já é uma referência em aglutinar diversos produtos oriundos somente da economia solidária em um mesmo local na região Sul do estado. O grupo ainda visitou a Cooperativa de Produção Agropecuária Vista Alegre (Copava), no Assentamento Conquista da Liberdade, em Piratini.

Fonte: NESIC

Foto: Mariana Passos

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Inaugurado o espaço permanente do Bem da Terra - Comércio justo e Solidário de Piratini

Depois de quatro anos de muita discussão, na manhã do último sábado, dia 04 de junho, às 10h, em Piratini, foi inaugurado o primeiro estabelecimento permanente do coletivo "Bem da Terra - Comércio Justo e Solidário".

O espaço é fruto da integração dos grupos do município a outros empreendimentos da região e vem para dar sustentabilidade a um projeto de empreendimentos que trabalham com a economia solidária e que acreditam nessa outra economia que preserva os valores humanos, respeita a natureza e a solidariedade. O local disponibiliza a população produtos orgânicos, agoecológicos, padaria, artesanato, flores e plantas ornamentais e outros.

A inauguração foi comemorada com música ao vivo acompanhada de uma mística a cargo da Paróquia Nossa Senhora da Conceição.

Além de vários empreendimentos que compõem a Associação Bem da Terra, estiveram presentes autoridades que representam os parceiros do projeto.

Entre eles a prof. ª Maria Clara Salengue, Pró Reitora de Extensão da Universidade Católica de Pelotas, representando o Reitor Alencar Melo Proença. Ela agradeceu o apoio de alunos, técnicos e professores da instituição educacional que demonstraram muita vontade para a consecução do objetivo proposto, em especial ao Núcleo de Economia Solidária e Incubação de Cooperativas - NESIC, que foi um dos incentivadores desse projeto.

Representando o estabelecimento Bem da Terra, Pedro Ardenghi de Campos, saudou a inauguração como um "meio de representar a comercialização de economia solidária em Piratini”. Disse, ainda, que o objetivo é que outros cinco estabelecimentos similares sejam inaugurados em Pelotas, Rio Grande, Santa Vitoria, São Lourenço e Cancuçu tendo como o de Piratini como exemplo. Pedro destacou a organização e articulação dos empreendimentos e da universidade como elemento fundamental para a efetivação do projeto.

O Prefeito de Piratini, Vilso Agnelo da Silva Gomes, salientou a importância do estabelecimento para a cidade e reafirmou o compromisso que tem com o Bem da Terra de Piratini.

Na finalização da solenidade, foi cortada a fita e aberta às portas do Armazém Bem da Terra – Comércio Justo e Solidário. Houve distribuição gratuita de suco natural e de bergamotas. Os visitantes puderam conhecer as dependências do estabelecimento que oferece uma diversidade de produtos.

O Armazém fica no centro de Piratini, Rua Coronel Manoel Pedroso, 99, ao lado do Museu Histórico Farroupilha.

Email: bemdaterrapiratini@gmail.com

Fonte: NESIC

Fotos: Coletivo REDE