quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Mulheres do interior de Alagoas trocam corte da cana pela costura

Uma associação fabricante de confecções que nasceu em uma cooperativa na cidade de Coruripe trouxe geração de renda e empregos para a comunidade
Essa associação fabricante de confecções que nasceu em uma cooperativa em Alagoas. As mulheres se revezam nas atividades do dia-a-dia, fortalecendo o processo coletivo de produção.

No município de Coruripe, no litoral sul, predomina o cultivo do coco e da cana-de-açúcar. A lição de economia solidária começou no campo, com trabalho em cooperativa da Pindorama, grupo que existe há mais de 50 anos. Elas se revezam em todas as etapas da produção. A costureira Maria Cícera dos Santos diz que nunca se imaginou nem pregando um botão. “Hoje me considero uma costureira, aprendi a pregar botão aqui”, diz. “A gente faz todos os uniformes para o campo e para a usina”.

No começo, eram 14 costureiras, mas atualmente há apenas a metade da mão de obra. Mesmo com a redução, o trabalho delas gera renda para outras mulheres da comunidade. Duarente a moagem da cana, a produção de duas mil peças de uniformes triplica e a associação contrata outras costureiras.

Maria das Graças de Lima conta que deixou de ser temporária para ser associada. “Eu costurava em casa, mas às vezes dava problema, eu não recebia o dinheiro”, disse. “Por isso resolvi vir para cá”.

Na fábrica de produção de suco, as funcionárias também usam uniformes confeccionado pela cooperativa, o que gerou uma economia de 50%. “Antes os uniformes vinham de fora, do sul do país”, afirma o presidente da Cooperativa Pindorama, Klécio dos Santos.

“Mas vimos que existiam na comunidade costureiras que poderiam fazer esse mesmo produto e esse nosso dinheiro poderia ficar dentro da comunidade, trazendo um benefício importante para a região. A comunidade ganha mais, gasta mais, e torna-se uma economia solidária na comunidade toda”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário