quinta-feira, 8 de julho de 2010

Asssentamento Coopava, Piratini RS

A partir de visita a Coopava, no dia 19 de junho, como parte do XII Curso de Formação em Economia Solidária e Incubação de Cooperativas, fizemos o levantamento das informações para a matéria a seguir.



História de uma luta-Assentamento COOPAVA,Piratini RS


Tudo começou no ano de 1989, quando cerca de 2.000 famílias do Movimento Sem Terra, acamparam em Cruz Alta. Dois anos depois, em 1991, o INCRA tenta convencê-los de que não sabem mexer com a terra, atrasando ainda mais o processo de redistribuição do espaço fértil.


Mas em fevereiro de 1992, com a falência da Empresa CICA Sul e a conseqüente discussão sobre como aproveitar a estrutura do lugar, foi iniciado o Assentamento.


Durante alguns anos, os ‘’missioneiros’’ – como o grupo é conhecido, ficaram sem recursos de trabalho e sustento, pois, apesar de pré-existirem pessegueiros na área, o grupo vindo em sua maioria do Norte do estado, não sabia trabalhar com frutas em grande escala.


Foi ai que conseguiram apoio para que dois agrônomos recém formados auxiliassem na fruticultura.


O grupo começou sua história com o típico jeito missioneiro e voluntarista: atividades coletivas sem muito controle consumo/trabalho e monocultura (milho,soja).


Das 48 famílias iniciais , 19 saíram do assentamento com o inicio da cooperativa. Existia a necessidade de um maior controle sobre a divisão da produção e a introdução jurídica do grupo na sociedade- o que lhes dá direito a programas de auxilio do governo (como o auxilio saúde). Assim, nascia a COOPAVA – Cooperativa de Produção Agropecuária Vista Alegre LTDA., uma cooperativa mista (produz, comercializa, consome), autogestionária e que visa sua auto sustentabilidade.


Depois de algum tempo neste modelo, resolvem partir para uma nova mudança: parar com o uso de agrotóxicos e adubos químicos. Apesar de inicialmente a produção ter caído - o que gerou menos dinheiro, os agricultores seguiram em frente, sabendo que o que faziam era para seu próprio bem (alguns já sentiam o efeito dos venenos), para a preservação da fertilidade da terra e também pela saúde do consumidor.


Além de hoje em dia fazerem parte da agroecologia (produtos orgânicos e ecológicos) e plantarem também em terras arrendadas, os cooperados possuem uma usina de beneficiação (pasteurização) do leite, produção frutífera, grãos, legumes e verduras e animal.


E tudo isso é dividido igualmente entre as famílias conforme suas horas de trabalho.


O Assentamento ainda conta com vários espaços de convivência, como pátios coletivos, onde todos vivem como uma grande família, que trabalha e luta unida, crescendo lado a lado.


Isso é agricultura familiar. Isso é solidariedade. Isso é economia solidária.


Por Miriam Rosa

Foto: Carlos Alves

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