segunda-feira, 28 de março de 2011

Resistência local inspira luta contra desenvolvimento insustentável

Experiências de resistência dos povos que vivem no norte de Minas Gerais inspiram grupos de todo o Brasil a pensar formas de lutar contra um modelo insustentável de desenvolvimento. O debate aconteceu na Oficina Territorial Diálogos e Convergências.

Grupos de geraizeros, caatingueiros, vazanteiros, quilombolas e pequenos agricultores do norte de Minas Gerais têm lutado para manterem-se em seus territórios ancestrais. Com isso, querem garantir para suas famílias e toda a região alimentação saudável, água e um modelo de desenvolvimento.

Durante o encontro, foram apresentadas experiências como a da comunidade de Vereda Funda, em Rio Pardo do Minas, onde mais de 140 famílias lutaram contra uma empresa de monocultivo de eucalipto. O objetivo foi garantir a reapropriação da terra e a preservação do cerrado. Agora, seguem na luta por sobrevivência a partir de uma agricultura que não destrói o meio ambiente, propondo também formas justas de comercialização.

Baseadas em casos como este, mais de 40 pessoas representando redes de todo o Brasil buscaram maneiras de dialogar e convergir, como sugere o nome do encontro. A busca é por um outro modelo de sociedade, em que estejam garantidas saúde, alimentação, igualdade entre homens e mulheres e terra para todos. Os grupos também querem desenvolver a economia solidária, a agroecologia e a comunicação popular. Para isso, acreditam ser necessário reunir as lutas.

Outra novidade é o "Intermapas", uma ferramenta em construção. Por meio de um site na Internet é possível ver os lugares onde existem experiências de agroecologia e economia solidária em cada canto do Brasil. Informações sobre injustiça ambiental e financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) também estão disponíveis. O "Intermapas" deve ajudar a visibilizar estas experiências e aumentar o contato e o diálogo entre diversos grupos em uma mesma localidade ou território.

No caso do norte de Minas, o debate mostrou que os principais desafios são a reapropriação dos territórios e o enfrentamento ao agronegócio e à mineração. Também são importantes a ampliação e o fortalecimento de alternativas econômicas para as famílias e o aumento da visibilidade de experiências bem sucedidas na região.

Esta foi a terceira oficina territorial Diálogo e Convengência, que aconteceu ao longo da semana passada. Grupos da Borborema, na Paraíba e do planalto de Santa Catarina já haviam se reunido. As oficinas são parte da preparação de um encontro nacional que será realizado nos próximos meses.Acesse áudio de entrevistas com Marcelo Firpo e Daniel Tygel em http://www.brasil.agenciapulsar.org/nota.php?id=7499


Fonte: Pulsar

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