quinta-feira, 10 de setembro de 2009

POESIAS

Terra (ao acampamento Chico Mendes/Taboão)

Quando olhei a terra sem os barracos
Deu vontade de chorar sim
Destroçados madeirite caibro sarrafos
Por que tiraram aquele povo dali
Uma terra que aguarda a semente
Para um povo se erguer
Faz brilhar nos olhos duma gente
O direito de viver
E esta mesma terra donde a vida se inicia
Donde a mesma se encerra
É vetada ao povo e improdutiva fica
Nas mãos de um que a gerações a herda
Este que só percebe que ela existe
Quando a massa necessita dela
Usa força e artifícios assim não desiste
Mesmo que sangue escorra pela terra.
Tantas riquezas são geradas
Do suor desta multidão
Mas esta massa é renegada
Negam-lhe a fonte de gerar o pão.
SALES DE AZEVEDO


Terra: nascer, viver e morrer

Construir uma linda casa e botar seus planos em dia
era como João sonhava, para morar com Maria
Mas um pedaço de terra, é só um pedaço de chão?
Para o rico não vale nada, mas para o pobre vale um milhão.
Enquanto o pobre briga por um pedaço de chão
o rico assiste a tudo na maior descontração...
Enquanto o rico pensa que a terra não vale nada
para o pobre vale tudo, é ali sua morada.
Depois de muita luta e trabalho todo dia
João realizará o sonho de ir morar com Maria?
Só que o pbre não tem nem sequer autoridade
para impedir que o governo imponha a barbaridade
Eles dizem que não pode construir naquele local,
de Maria tiram a alegria, de João tiram a moral.
E agora onde será que este povo vai achar um lugar para viver e os seus filhos criar?
Dizem que vão ajudar e o povo espera sentado, pois sabe que o governo é lento e ainda anda parado.
E agora João e Maria onde é que vocês vão morar? Onde é que todo dia vocês vão poder se amar?
Mas um dia o governo diz que tomou uma decisão...que vai ajudar seu povo bem perto da eleição!
Aparece aquele pobre que nem tem o que comer e pensa logo que o governo vai cumprir o seu dever.
Mas quando a eleição passa reverte a situação...toma tudo desses pobres, essa é a solução!
É meu povo como achava que iria ser? Que aqui contruiriam a vida e aqui iriam morrer?
E agora meu povo, João e Maria morreram...por um pedaço de terra que o governo não cedeu.
O governo tinha que lutar junto ao MST, para não ver esse povo de tristeza morrer.
Se um dia alguém do poder subir boa parte da serra,
irá logo perceber o desperdício de terra.
Se você me ver calado, nem me pergunte porquê, pois eu penso que o povo precisa
de alguém que cumpra com seu dever.
Eu agora me despeço, com o desejo que todos pudessem ver o que é que o governo faz com todo esse poder..
Tomara que todos vejam não de forma tão gentil
a precisão de repartir esta terra chamada Brasil!

Texto escrito por Aline Freire dos Santos, 8ª série A, Centro Educacional de Itacaré, BA/Brasil, que assistiu a uma sessão do filme do MTST no Festival Latino Americano da Classe Obreira - 2006

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