Programa Economia Solidária
Uma outra economia já existe
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Fórum Social Temático - Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
"Fórum Social Mundial - um outro mundo é possível"
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Edição Especial da Feira Bem da Terra: comércio justo e solidário
Avaliação e Planejamento para 2012 da Associação Bem da Terra
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Feira Mensal de Economia Solidária Bem da Terra
O Grupo Novo Amanhecer, do bairro Areal, conta com 16 participantes e trabalha com artesanato. “Participamos desde o início da feira”, disse Terezinha Fuji. “Os produtores avaliam a feira como um espaço para comercialização e inserção dos produtos”, analisou a técnica do Nesic, Solaine Gotardo. Novos produtos, como café e erva-mate, foram oferecidos nesta edição. Além disso, roupas de algodão orgânico foram vendidas pelo ponto de comercialização Bem da Terra de Piratini.
A feira também oportuniza a apresentação artística de grupos locais, sugeridos pelos próprios produtores. Nesta edição, o Grupo Coletivo Arteiras apresentou uma esquete teatral.
As próximas edições já estão marcadas. Em outubro, a feira será no dia 11 e, em novembro, no dia 08.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
José Geraldo comemora aprovação do Projeto de Lei que institui a Economia Solidária
O deputado Estadual José Geraldo (PTB) comemorou na tarde desta quarta-feira, 24, a aprovação da Lei Nº 38/2011, de autoria do Governo do Tocantins que “Institui a Política Estadual de Fomento a Economia Solidária do Estado do Tocantins”. O Deputado apresentou duas emendas modificativas, que foram aprovadas nas comissões onde irão proporcionar maior governabilidade e transparência às políticas voltadas à Economia Solidária.
José Geraldo parabenizou o Governo do Estado pela iniciativa da PEFES (Política Estadual de Fomento a Economia Solidária). Segundo o deputado “A PEFES é uma estratégia para o desenvolvimento local/regional sustentável e solidário para estabelecer diretrizes de promoção e desenvolvimento da Economia Solidária em todo o Tocantins”, justificou o parlamentar.
Fonte: Jornal O Girassol
Jornada Nacional de lutas une trabalhadores do campo e da cidade
A Jornada teve início no último dia 17 e contou com atividades em todas as regiões brasileiras. Umgrande ato público em Brasília encerra hoje a Jornada, integrando trabalhadores da cidade e do campo. Eles defendem a reforma agrária e melhorias em serviços como saúde e educação, assim como a diminuição da jornada de trabalho.
As entidades também se posicionam contra o projeto "Brasil Maior”, que concede incentivos fiscais às grandes empresas, principalmente, transnacionais. Também denunciam a entrega de 40 bilhões de reais às empreiteiras para a realização das obras da Copa de 2014 e da Olimpíadas de 2016.
Quanto à resposta do governo às demandas dos trabalhadores, Valdir discorda que o problema seja a falta de recursos. Ele afirmaque, na verdade, o problema está relacionado à corrupção e aos gastos com as dívidas externas.
Fonte: Pulsar
Pesquisa mostra que MST é abordado de forma pejorativa pela mídia
O Intervozes publica pesquisa que analisa a cobertura da mídia sobre o MST durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito de 2010. O lançamento oficial da pesquisa ocorre na próxima quarta-feira, dia 24/8, em Brasília
Uso de termos negativos, pouca relevância dada às bandeiras do Movimento e exclusão do MST como fonte. O que já era percebido pelos movimentos sociais agora foi comprovado em pesquisa que analisou cerca de 300 matérias sobre o MST em TV, jornal impresso e revistas. O resultado desse trabalho será lançado nessa quarta-feira, dia 24, às 19h, na Tenda Cultural do Acampamento Nacional da Via Campesina (Estacionamento do Ginásio Nilson Nelson), em Brasília.
O relatório, intitulado “Vozes Silenciadas”, analisou as matérias que citaram o MST em três jornais de circulação nacional (Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo); três revistas também de circulação nacional (Veja, Época e Carta Capital); e os dois telejornais de maior audiência no Brasil: Jornal Nacional, da Rede Globo, e Jornal da Record. O período pesquisado foi de 10 de fevereiro a 17 de julho, duração das investigações de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o MST.
O lançamento contará com a presença de Mônica Mourão, professora da UFC e responsável pela pesquisa, de Leandro Fortes, jornalista da revista Carta Capital, e da Coordenação do MST. O relatório foi realizado pelo Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social com o apoio da Fundação Friedrich Ebert e da Federação do Trabalhadores em Radiodifusão e Televisão (FITERT).
O estudo
MST é retratado como violento e suas bandeiras recebem pouco destaque. A pesquisa concluiu que o movimento, na maioria dos casos, não era central nas matérias que o citam. O tema predominante foi as eleições (97 inserções), com uma grande diferença em relação ao segundo lugar, o Abril Vermelho (42 inserções). A CPMI foi tema apenas de oito matérias (ou 2,6% do total). Nas matérias sobre eleições, o MST não apareceu nos debates sobre políticas agrárias, mas sim como ator social mencionado de forma negativa pelos dois principais candidatos do pleito nacional. O Movimento aparece em segundo lugar no ranking de fontes ouvidas (em primeiro lugar estão matérias que não ouvem nenhuma fonte). Porém, essa colocação representa apenas 57 ocorrências num universo de 301 matérias.
Quase 60% das matérias utilizaram termos negativos para se referir ao MST e suas ações. O termo que predominou foi “invasão” e seus derivados, como “invasores” ou o verbo “invadir” em suas diferentes flexões. Ao todo, foram usados 192 termos negativos diferentes, entre expressões que procuram qualificar o próprio MST ou suas ações.
A maioria dos textos do universo pesquisado cita atos violentos, o que significa que a mídia faz uma ligação direta entre o Movimento e a violência. Não bastasse essa evidência, dentre as inserções que citam violência, quase a totalidade (42,5% do total de matérias) coloca o MST apenas como autor.
DICA DE LIVRO:
Autora: Lorena Holzmann
R$ 18,06
Resumo:
Tendo por base uma tese de doutorado, a obra relata a transferência de comando de uma empresa capitalista para o cooperativismo. O objeto de estudo é a indústria Wallig, do Rio Grande do Sul, que viveu um declínio no anos de 1981 a 1983. Para evitar o fechamento, os trabalhadores formaram duas cooperativas, uma de fundição e outra de mecânica, e alugaram as instalações da massa falida para prosseguir as operações da antiga empresa. A apresentação do livro foi escrita por Paul Singer.
Agrotóxico: o veneno produtor de doenças no Brasil
A campanha contra os agrotóxicos ganha a dimensão real de superação do que temos, a partir da construção do projeto popular para o Brasil que queremos.
A campanha protagonizada pela Via Campesina e demais movimentos sociais articulados da cidade traz, para a sociedade brasileira, dois debates históricos centrais:
A produção e o consumo de venenos no Brasil;
O modelo de desenvolvimento econômico-social-político (inter)nacional e seu caráter estrutural de disseminação de doenças para a sociedade em geral, mas especialmente para a classe trabalhadora.
Sobre a produção de alimentos
Dados do IBGE relatam que a agricultura familiar e camponesa no Brasil soma quase 85% das propriedades agrícolas do país, ocupando, contraditoriamente, apenas 24% do espaço.
Em suas terras trabalham aproximadamente 12,5 milhões de pessoas o que corresponde a 74,5% do total dos trabalhadores do campo. Destas propriedades saem quase 70% dos alimentos consumidos pelas famílias brasileiras diariamente.
Mas, de forma cada vez mais intensa, a produção familiar-camponesa está subordinada e condicionada à lógica imperante do modelo agrário imperialista no território. Por um lado, esta produção se divide entre a matriz da agroindústria e a subordinação à matriz tecnológica da revolução verde, consumidora de insumos industriais.
Por outro lado, o agronegócio – aliança entre os grandes proprietários de terra, o capital financeiro e as empresas transnacionais - dita as regras no campo brasileiro, cujo objetivo é a produção de commodities para a exportação.
Com a venda de 1 bilhão de litros de veneno na última safra, as empresas estrangeiras se apropriam de cerca de 80% do lucro gerado pela produção de veneno, com destaque para a concentração do poder econômico da Syngenta, Bayer, Basf, Dupont, Monsanto, Shell Química.
O modelo de desenvolvimento dependente
A característica marcante do capital imperialista no século XXI é sua capacidade de metamorfosear-se para ganhar, de forma extraordinária, em cada uma das áreas em que atua e com isto tentar, de maneira permanente, conter as crises que são inerentes ao seu modo de operar. Capital comercial, capital bancário, capital industrial, são algumas dessas faces do mesmo capital.
Além de vender veneno para o campo para a produção de alimentos para o povo brasileiro, o capital produtivo do veneno associa-se, como capital bancário, às regras legais do Estado que, em sua forma de financiar a agricultura familiar-camponesa, atrela o crédito a uma série de condicionantes centradas na compra destes bens.
O dinheiro emprestado na forma de crédito torna-se irmão siamês do capital por dois motivos: 1) o agronegócio não consegue produzir sem a injeção de R$ 107 bilhões por ano, para tirar R$ 150 bilhões da venda de mercadorias. 2) o principal objeto desta aliança de capitais é o de transformar tudo em mercadoria para obtenção de lucro, na forma de insumos industriais produzidos pelas empresas transnacionais, como o exemplo do veneno.
Isto não é diferente do que acontece com o capital industrial, que transforma praticamente todos os elementos da vida em valores de troca. Assim, saúde, terra, educação, trabalho, vão ganhando um destaque na compra e venda do comércio ditado pelo grande capital. E a propaganda de “naturalização” do modelo ganha corpo e evidência, ainda em meio às mais perversas situações vividas no cotidiano pelo povo brasileiro.
O aumento progressivo de doenças como o câncer em todas as faixas etárias, traz à luz um debate central manifesto na campanha contra o agrotóxico e pela vida que devem ser consideradas, tanto no debate quanto na (re)ação necessária à luta contra a vida envenenada.
O câncer como uma doença “naturalizada”
Segundo A União Internacional Contra o Câncer, mais de 160 mil crianças no mundo são diagnosticadas com a doença a cada ano. 80% destas crianças vivem em países em desenvolvimento. Enquanto 3 entre 4 crianças têm chances de sobreviver após 5 anos de tratamento, estima-se que nos países em desenvolvimento, mais da metade das crianças têm probabilidade de morrer. Somente nos EUA a incidência anual é de 7 mil novos casos por ano.
No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INC), define esta doença como uma das primeiras causas de morte entre crianças e jovens de 0 a 19 anos, só perdendo para violências e crimes.
A estimativa do INC do total de pessoas com câncer no País foi de 490 mil casos. 237 mil homens, 253 mil mulheres afetados com a doença.
Deste grupo, existem de 12 a 13 mil crianças acometidas com câncer, fora os que têm a doença, mas não são diagnosticados e morrem.
Outro destaque importante do estudo é a diferença entre as regiões, a partir do grupo de idade e sua média em relação à nacional.
Josué de Castro e sua atualidade:
Em 1946, Josué de Castro, um médico comprometido com a vida e contrário ao veneno já defendia que a fome enquanto fenômeno social e histórico era um tabu rentável no Brasil e no mundo. Quase um século depois, vemos a complexidade do problema, pois, não só não dormem os que comem bem, com medo dos que não comem.
Parte expressiva dos que comem – mal -, não dorme porque suas enfermidades físicas, fruto do histórico processo de desenvolvimento econômico envenenado no campo e na cidade, trazem dores e consequências múltiplas para eles e para os que cuidam deles.
Enquanto isto, o Estado entrega ao capital a responsabilidade de cuidar da saúde de seu povo. É isto o que representa os 3,91% do orçamento destinado à saúde em 2010. Uma associação – via parceria público-privada - entre o Estado e o grande capital para tentar curar de forma mercantil, aquilo que ele foi sócio na produção (uso de veneno).
A campanha contra os agrotóxicos é um processo permanente de vinculação entre o campo e a cidade. Seu ponto de partida é o de relatar como se produz alimento que comemos enquanto trabalhadores brasileiros. Mas vai além e ganha, no processo pela vida e contra o veneno, a dimensão real de superação do que temos, a partir da construção do projeto popular para o Brasil que queremos.
*Por Roberta Traspadini; economista, educadora popular, integrante da consulta popular/ES.
Fonte: FBES